segunda-feira, 31 de maio de 2010

O conhecimento do mérito não é o mérito do conhecimento.

O conhecimento do mérito não é o mérito do conhecimento.

Muitas vezes nos perguntamos qual a finalidade de todo esse conhecimento existente, a presença dessa vasta gama de assuntos e informações, qual seria seu fim último?

No passado a erudição era sinônimo de nobreza, classe, qualidade, valor, importância, estética, sabedoria etc, valores voltados para o individualismo, possessividade, sentimento de lucro, acréscimo, tais estados que despertava a prepotência instintivamente dos mais instruídos sobre os menos instruídos, muitas vezes escondendo ou restringindo determinadas informações das demais classes e individuos. Hoje com a mudança de paradigmas, ideais, com o processo de socialização do sistema temo-la como qualificação da técnica. A informação perdeu de certa forma o egoísmo que era sustentado pelo individualismo, o sentimento estético que volta-se ao seu redor e adquiriu a função de reguladora, qualificadora da produção. Sendo o que antes era um troféu, um atestado de capacidade, hoje é a própria capacidade, o conhecimento se transformou em potencialidade de produção para a sociedade, dentro da sociedade, com a aprovação da própria sociedade.

O compartilhamento de informações proporciona um estado de "aldeia global", como propôs o Marshall McLuhan. Um estado onde o conhecimento, esclarece, orienta, influencia e conduz a sociedade nas suas decisões, nos seus costumes, na sua cultura, na sua identidade. O conhecimento vem sendo utilizado para proporcionar uma produção mais eficiente, seja nas fábricas, nos campos, na literatura, nas religiões, nos serviços, na administração, na cultura, em várias outras áreas que compõe um estado, a sociedade a qual fazemos parte, influencia na nossa qualidade de vida, pois uma vida orientada é uma vida completa e gratificante, uma vida esclarecida é uma vida bem vivida.

O conhecimento não faz ninguém ser o que se é, mas os seus atos sim. Ele não assegura a qualidade, mais faz com que o individuo busque uma qualificação, ele não produz gênios, ele esclarece e dá as ferramentas para que se busque mais, ele não opera milagres, mas incentiva ao poder da fé, ele não é absoluto, absoluta são as nossas vidas e a maneira a qual nós a dirigimos, ele não é tudo, é apenas parte do tudo.

O homem é um ser pensante, talvez não diferente de outros seres mais com características próprias assim como cada animal. O homnem não é sustentado pelo conhecimento, mas por suas necessidades biológicas, ele não é Deus para tudo construir, mas através do consentimento Dele modela aquilo que já existe. O homem é um ser operante, um ser ativo, consciente que acumula informações através de dados que se obtém da realidade. Muitas das informações existentes são desnecessária ao homem, talvez pelo padrão de vida que se leva, mas que acrescenta e desenvolve o seu intelecto, sua capacidade mental, construindo a si próprio não por vaidade intelectual, ou por egoísmo de informação, mas por satisfazer a sua consciência assim como beber, dormir, assistir, conversar, sentir, interagir ou qualquer outro tipo de atividade que possa proporcionar a momentânia satisfação ou ocupação de sua mente.

Lembremos:

“Sem um fim social o saber será a maior das futilidades.” (Gilberto Freyre)


Por: Ericson Tavares

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