Ó naus felizes ,que do mar vago
Volveis enfim ao silêncio do porto
Depois de tanto noturno mal
Meu coração é um morto lago,
E à margem triste do lago morto
Sonho um castelo medieval...
E nesse,onde sonha,castelo triste,
Nem sabe saber a,de mãos formosas
Sem gesto ou cor,triste castelã
Que um porto além rumoroso existe,
Donde as naus negras e silenciosas
Se partem quando é no mar manhã...
Nem sequer sabe que há o,onde sonha,
Catelo triste...Seu spírito monge
Para nada externo é perto e real...
E enquanto ela assim se esquece,tristonha,
Regressam,velas no mar ao longe,
As naus ao porto medieval...
Fernando Pessoa
domingo, 6 de junho de 2010
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